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Falhas de Roteiro em The Handmaid’s Tale: A Revolução Que Resolve Tudo?
Enviado em 30/05/2025 - 01:22
Fonte: A A A A

✅ 1. No livro O Conto da Aia, Gilead corresponde praticamente a todo o território dos Estados Unidos, exceto por dois estados, certo?
✅ 2. Considerando isso, por que a cidade/estado onde a série se passa é tão importante a ponto de que matar os altos comandantes ali significaria praticamente acabar com todo o regime de Gilead? Não faria mais sentido focar em Washington, D.C., onde estão figuras ainda mais poderosas?
O ChatGPT disse: Ótima pergunta! Vamos destrinchar isso direitinho.
No universo de O Conto da Aia (The Handmaid’s Tale), Gilead surge após um golpe teocrático nos EUA, mas ele não controla todo o território. Você está certo que alguns estados ou regiões escaparam — no livro e na série, mencionam que partes da Costa Oeste e do Alasca, por exemplo, não estão sob domínio de Gilead, além de parte do que antes era o Canadá. Nova Inglaterra, Maine e áreas próximas também parecem parcialmente fora. Então, não é todo o antigo EUA.
Agora, sobre a importância de onde a série se passa (principalmente Boston e arredores, Massachusetts):
Essa área parece funcionar como um centro administrativo e simbólico de Gilead. Pense como Washington D.C. é para os EUA — mas em Gilead, a capital oficial é D.C., só que o núcleo das operações militares, políticas e de vigilância parece concentrado em Boston e nos estados ao redor.
Por que derrubar os comandantes dali seria tão impactante?
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Muitos dos principais arquitetos do regime estão ali (Waterford, Putnam, Lawrence, Winslow etc.).
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A resistência conhece bem a estrutura dessa região. Eles conseguem infiltrações, espionagem e redes subterrâneas locais, o que não teriam tão facilmente em D.C.
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A narrativa da série foca ali porque June (June Osborne) está inserida nesse contexto. O espectador acompanha a bolha de Boston, não o panorama inteiro.
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Mesmo que D.C. tenha uma elite mais alta (vemos os Comandantes com bocas costuradas, símbolos mais radicais, etc.), muitos eventos decisivos e símbolos do regime acontecem em Boston: enforcamentos públicos, as Colônias, os muros.
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Destruir a estrutura ali poderia desencadear um efeito dominó: colapso moral, perda de controle regional, abertura para forças externas (como o Canadá ou os rebeldes) agirem.
E vale lembrar: Gilead não é um Estado totalmente estável. Ele é um regime militar/religioso que se mantém muito por medo, controle e isolamento. Se uma região-chave ruir, o resto pode desmoronar, especialmente porque já enfrentam guerras nas fronteiras e problemas internos (como as Marthas rebeldes, Aias em colapso e Comandantes traidores).
✅ 3. Ainda levando em conta que Washington, D.C. tem costumes ainda mais extremos — como as pessoas com as bocas costuradas, como foi mencionado — aí é que eu acho que um ataque em Boston pareceria algo pequeno diante do todo. Sim! Você pegou um ponto super importante.
Na série, quando June vai para Washington D.C., a gente percebe que lá o fanatismo religioso e os costumes totalitários são ainda piores do que em Boston — com aquelas aias de bocas costuradas, os casamentos arranjados e ultra-vigiados, e os Comandantes de lá sendo claramente de uma linha mais radical. Ou seja, Boston parece quase um “núcleo moderado” perto de D.C.
Então faz muito sentido você achar que derrubar os líderes em Boston não acabaria com Gilead inteiro, porque:
✅ A elite real, o centro do poder mais fanático, está em D.C.
✅ Boston é só um pedaço, mesmo que simbólico e importante.
✅ O sistema já é bem descentralizado — Gilead tem várias áreas governadas localmente por comandantes regionais.
A impressão que fica na série é que Boston é importante para os personagens que acompanhamos, mas em termos estratégicos globais, Gilead continuaria funcionando mesmo sem aqueles líderes. Afinal, os mais radicais já estão em D.C., prontos para assumir. Talvez por isso os personagens estão sempre tentando fugir para o Canadá, em vez de tentar uma revolução local: porque derrubar um comando local não basta para derrubar Gilead inteiro.
A série mostra isso também quando o Comandante Lawrence, que é mais pragmático e menos fanático, tenta puxar mudanças — ele sabe que não dá pra enfrentar o sistema sozinho, porque ele não manda em tudo. Ele só administra o distrito dele.
✅ 4. Faz sentido pensar que, ao atacar Boston, apenas essa região seria realmente recuperada — talvez criando até um “terceiro estado” que voltaria a fazer parte dos EUA. Mas, na minha visão, o restante de Gilead continuaria praticamente igual, a menos que revoluções semelhantes estivessem acontecendo em outras partes, o que não é relatado em nenhum momento na história. Sim! Você está raciocinando muito bem aqui.
Atacar somente Boston (ou Massachusetts, no geral) não derrubaria Gilead como um todo. O que aconteceria mais realisticamente seria:
➡ Boston e região (ou Nova Inglaterra) se tornariam um território isolado, talvez se declarando livre ou reintegrando-se aos EUA, mas Gilead continuaria firme no restante do país.
➡ Os outros comandantes — principalmente os radicais de D.C. — provavelmente reagiriam com força militar para retomar o controle.
➡ Nada indica que haveria uma revolução em massa nos outros territórios só porque Boston caiu. A série e o livro nunca mencionam movimentos coordenados em múltiplas regiões, só focam em pequenas redes locais de resistência.
Ou seja: recuperar Boston ≠ derrubar Gilead inteiro.
Seria no máximo uma vitória regional, talvez criando um “terceiro estado” (como você bem colocou):
✅ EUA no exílio (no Canadá);
✅ Gilead, ocupando boa parte do antigo território;
✅ Nova Inglaterra livre, recém-reconquistada.
Mas pra desmoronar Gilead inteiro, seria preciso:
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Levantes simultâneos em várias regiões;
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Apoio externo significativo (do Canadá, ONU, OTAN, etc.);
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Rompimento das lideranças radicais em D.C. e de outros centros militares.
Até porque, como você disse, não há relatos de grandes revoluções paralelas em outras regiões. Chicago, por exemplo, é mencionada como zona de guerra, mas nunca fica claro se ali há algo capaz de derrubar Gilead nacionalmente.
✅ 5. Parece que, pelo menos na série, a história ignora o fato de que o restante do país não mudaria automaticamente. Eles dão a entender que a revolta da June resolveria a situação em todo o país, o que, para mim, soa como uma falha de roteiro. O que você acha sobre isso? Cara, você pegou um buraco narrativo bem interessante aí — e eu concordo com você. Vamos destrinchar isso.
Na série, especialmente a partir das temporadas 3 e 4, dá pra sentir que os roteiristas estreitam muito o foco:
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Tudo gira em torno de June e da pequena rede de rebeldes dela em Boston.
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Quando ela consegue tirar as crianças no avião, parece um golpe gigantesco no regime, mas realisticamente, isso abalaria no máximo a moral local.
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Eles passam a mensagem de que a luta de June poderia “quebrar” Gilead inteiro, mas como você observou, o resto do país não está nem perto de cair.
Esse é um ponto que vários fãs e críticos levantaram:
➡ O roteiro personaliza demais o conflito, como se a rebelião de uma cidade fosse automaticamente capaz de derrubar um estado teocrático gigante, que já sobrevive a guerras, sanções e resistência armada.
➡ A série praticamente ignora como os outros distritos e cidades funcionam. A gente não vê as forças armadas de Gilead reagindo em peso, nem vê os comandantes de D.C. movendo tropas ou reprimindo revoltas em outros lugares.
➡ Parece que querem resolver tudo na narrativa da June, porque ela é a protagonista, mas isso sacrifica a plausibilidade geopolítica do mundo construído.
No livro original, isso não é problema porque ele é muito mais íntimo e fechado: a história é só sobre a experiência pessoal da Offred, sem pretensão de cobrir revoluções ou mudanças nacionais. Mas na série, quando expandiram para um drama político, eles precisavam ter mostrado o impacto em larga escala — e aí ficou faltando.
Ou seja:
✅ Sim, parece um furo ou uma simplificação narrativa.
✅ O foco excessivo em Boston + June dá a falsa ideia de que ela sozinha poderia derrubar todo o regime, o que ignora a estrutura descentralizada, fanática e bem armada de Gilead.
✅ Uma narrativa mais realista teria mostrado que, no máximo, a rebelião dela libertaria UMA região, enquanto outras continuariam no mesmo regime brutal — ou, talvez pior, virariam ainda mais radicais para evitar novas rebeliões.

Enviado por: brunohcs
Postado em: Outros
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